sexta-feira, 4 de julho de 2008

Era do Conhecimento

Uma das maiores preocupações das empresas no final do século XX é a manutenção da competitividade, em um ambiente cada vez mais incerto, e onde o conhecimento passa a ser considerado um fator de produção. Neste contexto, a comunicação transforma-se num fator de sobrevivência para as empresas.

O que está acontecendo ou o que vai acontecer dentro ou fora da empresa são perguntas que surgem diariamente nas mentes dos tomadores de decisão. Para solucionar tais questões e outras que surgem em função da incerteza e da grande turbulência do mercado, mecanismos de comunicação e gerenciamento da informação estão sendo criados nas organizações.

O mesmo tipo de questão emerge na mente de funcionários, acionistas, clientes e da sociedade em geral. Para manter a competitividade, surge a necessidade de manter a todos informados, seja sobre produtos e serviços, o desempenho dos negócios, ou outros assuntos, os mais variados possíveis, que digam respeito à empresa.

O grande impulsionador desse comportamento, tanto por parte da empresa como da sociedade em geral, foi o desenvolvimento da telemática, que vem facilitando cada vez mais a comunicação e o tratamento e a análise de grandes volumes de informação.

Os novos sistemas de comunicação facilitam a troca de informações com qualquer parte do mundo, através de acesso instantâneo e de forma simultânea, por várias pessoas em diversas partes do mundo. Estes fatores facilitam a atuação das empresas, além das fronteiras nacionais, e tornam o capital intelectual um verdadeiro propulsor dos ganhos futuros.

O desenvolvimento da telemática acelerou também o processo de globalização da economia mundial. É neste contexto que o conhecimento passa a ser considerado o principal fator de produção dando início ao que Peter Drucker chamou de sociedade do conhecimento. Nesta nova sociedade aparece o trabalhador do conhecimento que, segundo Drucker, são os executivos que sabem como alocar conhecimento para usos produtivos e detém tanto os meios de produção como suas ferramentas.

Com a atual velocidade da evolução da tecnologia, o conhecimento está aumentando muito rápido, o que torna humanamente impossível acompanhar tudo que está acontecendo. Isto está modificando o conceito de “ter as informações na cabeça” para “saber onde encontrá-las”.
A empresa buscará cada vez mais o profissional que seja capaz não somente de se adaptar às novas realidades como também que tenha a habilidade de fazer conexões e de estar permanentemente aprendendo.

A prática da gestão do conhecimento nas empresas, é muito recente. Sabe-se que envolve ação estratégica que visa atingir vários focos: o cliente, o processo, o ser humano, a tomada de decisão e os produtos.

Pode-se dizer que o SEBRAE/DF se encontra em fase de estudos sobre o assunto. A seguir elencamos alguns alertas e recomendações, considerando-se que a essência da sociedade do conhecimento tem como alicerce o conjunto formado por conteúdo, tecnologia e pessoas.
· A rede só faz sentido se der acesso ao conhecimento universal e, paralelamente, disponibilizar conteúdos nacionais que reflitam o conhecimento, a cultura e a economia do país;
· Tecnologia e conteúdos são para serem utilizados e, portanto, os programas de educação, treinamento e sensibilização têm de abranger o desenvolvimento de toda a população do país, preparando-as para utilizá-las e usufruir de seu benefícios;
· O que importa para o usuário final é o que circula na rede: o conteúdo deve atender a necessidades reais, e a qualidade deve ser condição necessária para a disponibilização de um produto ou serviço;
· As redes avançadas e seus conteúdos só se justificarão pelo uso intenso pela população: terminais de computadores com acesso à internet e drive multimídia ( não sendo parte das facilidades da maioria das residência e escolas brasileiras) devem ser disponibilizados para acesso público em escolas, bibliotecas e centros comunitários.
· As maiores oportunidades (negócios, trabalhos, educação) estarão na área de conteúdo especialmente em multimídia interativa: é necessário conscientizar o setor produtivo par o futuro próximo ;
· Nova visão, novas tecnologias, novos mercados demandam novos profissionais: é urgente a reorientação da formação dos profissionais da informação para a nova realidade de convergências de tecnologia, conteúdo e política, no setor de informação;

Espera-se que, ao final do processo, tenha-se uma visão de futuro apontado para o Brasil o modelo de uma sociedade da informação que dê acesso universal e capacidade de utilização da informação e do conhecimento, como suportes ao desenvolvimento individual e coletivo do cidadão, à sua qualidade de vida e à gestão do economia. A transição para os países que, como o Brasil, experimentam um desenvolvimento tardio será produto da vontade política, diretrizes claras, talentos criativos, investimentos, tecnologia e recursos informacionais. Os atores somos nós, mas o modelo deve ser buscado na expressão de vários Brasis.

Ary Ferreira Júnior é Gerente da Orientação Empresarial no Sebrae/DF

Foto: Nayá Lima

Um comentário:

Anônimo disse...

PARABÉNS pelo artigo!

No contexto explicitado, as tecnologias tem que se adequar as novas realidades de atuação e isso infelizmente não acontece com as tecnologias clássicas, pois elas são proibitivas. É importante entendermos que precisamos buscar tecnologias que permitam a criatividade na construção ou manipulação do conhecimento dentro das empresas, que permitam o conhecimento, ou seja, a inteligência do negócio ser exponenciada, promovendo assim a inovação.